sábado, 7 de abril de 2007

Trance in Rio

Iniciei meus estudos musicais aos 13 anos de idade e desde então sempre tive algum preconceito em relação à música eletrônica. Pra mim, música boa era aquela que vinha da alma e não de chips eletrônicos! No entanto, admito que flertei à distância com alguns nomes da década de 80 como Noel e New Order. Ouvi ainda o Kraftwerk e causou-me alguma estranheza o fato do grupo ter se apresentado no extinto Free Jazz Festival.
Na minha adolescência, ouvi de tudo: chorinho, jazz, música erudita e etc. No entanto, o que mais me agradava era o rock. Tive o privilegio de viver toda a efervescência do Rock Nacional dos anos 80 e vi praticamente todas as bandas do cenário atual nascerem. Algumas delas nem existem mais. Outras ainda estão por aí fazendo algum sucesso. Lembro-me, por exemplo, das primeiras apresentações dos Titãs e sua “Sonífera Ilha” no Programa Barros de Alencar na Rede Record (alguém aí lembra desse cara?). Lembro-me ainda dos primeiros clipes dos Paralamas do Sucesso e de muitos outros do saudoso e genial Cazuza no Fantástico.
Pra ser sincero, não tinha a menor idéia do que vinha a ser o Trance e meu primeiro contato com o gênero se deu por acaso no Rio de Janeiro, na Praia de Ipanema, num show de ninguém menos que Tiesto (www.tiesto.com). Isso mesmo! Eleito pela critica especializada como um dos melhores DJ do mundo, ali naquele cenário fantástico e totalmente de graça!


Chegando ao local, de cara fui tomado pela energia contagiante da música. Aos poucos as pessoas chegavam de todas as direções até chegar à assombrosa soma dos 250 mil. De repente, me vi cercado por uma legião que estava ali simplesmente para curtir e celebrar a vida naquele agradável fim de tarde em Ipanema. A sinergia era demais! A gente se esbarrava e fazia amizade do nada e conversávamos como se nos conhecêssemos há anos! Em minha opinião, essa é a melhor coisa do Rio de Janeiro, a fantástica virtude do carioca em se relacionar.


Era por volta das 14 horas e a minha mente viajava embalada pela cachaça com mel que eu tomara momentos antes ao som psicodélico da insistente batida eletrônica. A música era mesmo contagiante e visceral. De fato, sempre me interessei por toda arte experimental e o Trance é exatamente isso!





Do nada, acabei fazendo amizade com uma galera da Ilha do Governador e acabei ficando ali com eles. Fizemos uma “vaquinha” e compramos gelo e muita cerveja! Tanta cerveja, que a certa altura eu não só a tomava como também me banhava com ela na intenção de aliviar o calor do Rio 40°C, Cidade Maravilha, Purgatório da Beleza do Caos! Não cheguei a ficar para o show do Tiesto, visto o fato de estar completamente exausto, mas a experiência valeu a pena!




No caminho de volta ao albergue encontrei o Pedro, funcionário do estabelecimento e o João (www.porqueavidasao2dias.blogspot.com) um português muito gente boa que eu conhecera no dia anterior. Lembro-me que cheguei ao Stone à noite com um cheiro insuportável de cerveja, muitas fotos, vídeos e histórias pra contar.

Um comentário:

João Vasconcelos disse...

Oi Marcos!!
Muito bom esse início de seu blog!
Adorei mesmo cara!
Continue descrevendo suas aventuras; é uma forma de a gente trocar experiências mesmo estando a mais de 7000 km de distância.
Esta noite em Ipanema foi demais!!!
Grande abraço,
desse seu amigo