segunda-feira, 9 de abril de 2007

Macumba, Prainha e Grumari

Após viver toda a loucura do Carnaval do Rio, era preciso uma pausa para descansar o corpo e a mente. Na Quarta-Feira de Cinzas, resolvi então partir em direção a Região do Lagos. A idéia inicial era conhecer Cabo Frio, Arraial do Cabo e Armação de Búzios. No entanto, ao chegar à Rodoviaria do Rio, aquilo mais parecia Bangladesh!!! Era gente partindo e chegando de todos os cantos. A passar a tarde inteira naquele calor infernal esperando pelo próximo ônibus para Cabo Frio que partiria somente no início da noite, resolvi por em prática o "Plano B". Um homem sensato sempre tem um "Plano B"! Decidi então partir em sentido oposto com o objetivo de conhecer as praias da Zona Oeste da cidade. Tudo o que eu conhecera por lá até então fora a Praia da Barra da Tijuca há alguns anos atrás, mas nada além depois dela. Assim, tomei um ônibus de volta à Zona Sul, até a Praia do Leblon e de lá uma Van até o Recreio dos Bandeirantes. Chegando à Praia da Macumba, após uma caminhada de meia hora, hospedei-me na única pousada disponível. Nesse dia dormi como uma pedra!


Praia da Macumba, Zona Oeste do Rio de Janeiro
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Estrada para a Prainha e Grumari


Na Quinta-Feira de manhã, após uma tentativa frustrada de conseguir carona para Grumari, decidi ir a pé. E essa foi a melhor coisa que fiz! Nessa pequena viagem, dificilmente sentiria as mesmas emoções se estivesse dentro de um carro! A foto acima acima dá apenas uma pequena idéia da paisagem, mas o aroma da vegetação e som dos pássaros só conhecerá quem um dia passar por essa estrada!
Ontem assisti a uma reportagem com o ator Cauã Reymonds, que já visitou diversas partes do mundo. Ao ser indagado pela entrevistadora sobre um de seus lugares predietos no Rio de Janeiro, o ator mencionou este!

Início da descida para a Prainha




Prainha, Zona Oeste do Rio de Janeiro

A partir da Prainha, consegui carona com um surfista para a Praia de Grumari. No canto esquerdo desta está a Praia de Abricó, local de naturismo.
Após curtir todo o visual e tomar um banho de mar totalmente peladão, consegui uma carona de volta até o Recreio dos Bandeirantes de onde tomei uma Van para a Praia de São Conrado. Prentedia conhecer a Pedra da Gávea e ainda estar em Búzios à noite. De fato, esse foi um dia cheio de em emoções!

































































































































sábado, 7 de abril de 2007

Trance in Rio

Iniciei meus estudos musicais aos 13 anos de idade e desde então sempre tive algum preconceito em relação à música eletrônica. Pra mim, música boa era aquela que vinha da alma e não de chips eletrônicos! No entanto, admito que flertei à distância com alguns nomes da década de 80 como Noel e New Order. Ouvi ainda o Kraftwerk e causou-me alguma estranheza o fato do grupo ter se apresentado no extinto Free Jazz Festival.
Na minha adolescência, ouvi de tudo: chorinho, jazz, música erudita e etc. No entanto, o que mais me agradava era o rock. Tive o privilegio de viver toda a efervescência do Rock Nacional dos anos 80 e vi praticamente todas as bandas do cenário atual nascerem. Algumas delas nem existem mais. Outras ainda estão por aí fazendo algum sucesso. Lembro-me, por exemplo, das primeiras apresentações dos Titãs e sua “Sonífera Ilha” no Programa Barros de Alencar na Rede Record (alguém aí lembra desse cara?). Lembro-me ainda dos primeiros clipes dos Paralamas do Sucesso e de muitos outros do saudoso e genial Cazuza no Fantástico.
Pra ser sincero, não tinha a menor idéia do que vinha a ser o Trance e meu primeiro contato com o gênero se deu por acaso no Rio de Janeiro, na Praia de Ipanema, num show de ninguém menos que Tiesto (www.tiesto.com). Isso mesmo! Eleito pela critica especializada como um dos melhores DJ do mundo, ali naquele cenário fantástico e totalmente de graça!


Chegando ao local, de cara fui tomado pela energia contagiante da música. Aos poucos as pessoas chegavam de todas as direções até chegar à assombrosa soma dos 250 mil. De repente, me vi cercado por uma legião que estava ali simplesmente para curtir e celebrar a vida naquele agradável fim de tarde em Ipanema. A sinergia era demais! A gente se esbarrava e fazia amizade do nada e conversávamos como se nos conhecêssemos há anos! Em minha opinião, essa é a melhor coisa do Rio de Janeiro, a fantástica virtude do carioca em se relacionar.


Era por volta das 14 horas e a minha mente viajava embalada pela cachaça com mel que eu tomara momentos antes ao som psicodélico da insistente batida eletrônica. A música era mesmo contagiante e visceral. De fato, sempre me interessei por toda arte experimental e o Trance é exatamente isso!





Do nada, acabei fazendo amizade com uma galera da Ilha do Governador e acabei ficando ali com eles. Fizemos uma “vaquinha” e compramos gelo e muita cerveja! Tanta cerveja, que a certa altura eu não só a tomava como também me banhava com ela na intenção de aliviar o calor do Rio 40°C, Cidade Maravilha, Purgatório da Beleza do Caos! Não cheguei a ficar para o show do Tiesto, visto o fato de estar completamente exausto, mas a experiência valeu a pena!




No caminho de volta ao albergue encontrei o Pedro, funcionário do estabelecimento e o João (www.porqueavidasao2dias.blogspot.com) um português muito gente boa que eu conhecera no dia anterior. Lembro-me que cheguei ao Stone à noite com um cheiro insuportável de cerveja, muitas fotos, vídeos e histórias pra contar.